Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando as contempla. Ele pensa : Minha flor está lá, em algum lugar...

(Saint-Exupéry)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lua



Ontem, a lua estava assim... dama da noite, princesa do céu! Mas a chuva, enciumada, resolveu cair... (Nefertari) 




Você, lua

Quantas são as canções que ressoam...

Desejos que através dos séculos

Marcaram o céu para chegar a você

Porto para poetas que não escrevem

E seguidamente perdem suas cabeças

Você que acolhe os suspiros de quem sofre por amor

E doa um sonho a cada alma

Você, lua

Que conhece o tempo da eternidade

E a trilha estreita da verdade

Faça mais luz neste meu coração

Este coração de homem que não sabe

Que o amor pode esconder a dor

Como uma chama pode lhe queimar a alma

Mas é com o amor que respira o nosso coração

É a força que tudo movimenta e ilumina!

Você, lua

Você clareia o céu e a sua imensidão

Nos mostra somente a metade que quer

Como quase sempre depois nós faremos...

Anjos de argila que não voam

Almas de papel que se incendeiam

Coração como folhas que depois caem

Sonhos feitos de ar que desaparecem...

Você, lua... Silentíssima arte deusa

(Trechos traduzidos da música "Luna" - Alessandro Safina)



domingo, 21 de abril de 2013

Do coração de uma mulher



Se tivesse que abrir meu coração, eu contaria todos os segredos nele contidos, os que me confesso e os que até a mim mesma tento negar...
Eu falaria da minha esperança, das lutas, da briga por uma felicidade que eu nem sei se existe, mas que insisto em querer buscar, da minha recusa em aceitar estar presa a não ser que essa prisão seja minha própria escolha...
Eu diria, provavelmente, que essa fragilidade é apenas aparente ou que até nas horas mais fortes meu coração pede abrigo e compreensão...
Eu contaria, talvez, do orgulho que me impediu de viver horas bonitas, mas que quando olhei para trás já era tarde demais, dos meus arrependimentos, dos perdões que tive que conceder a mim mesma para continuar a levar uma vida tão normal quanto possível.
 E também do meu desejo de ter filhos, criar e procurar neles meus próprios traços e da minha alegria em encontrá-los.
Eu mencionaria minha mãe, que entendi depois, quando me tornei mãe também e confessaria com orgulho o quanto a admiro e o quanto a amo.
Eu até lembraria minha infância, minhas dúvidas da adolescência, meu desejo de crescer e de continuar menina, das vezes que me senti tola e briguei comigo mesma, me fiz inúmeras promessas e que esqueci quando o coração bateu forte novamente.
Eu não conteria minhas lágrimas se tivesse que abrir meu coração, eu assumiria, beberia todas elas como bebi na taça das dores que sofri, dos amores que vi partir e dos que eu mesma abri mão.
Eu sei que há coisas que nunca aprendi e que provavelmente nunca aprenderei, sei que da vida bebi e ainda beberei, mas que sairei um dia inteira, cheia de marcas e cicatrizes, mas mais que nunca me sentirei mais mulher.
Uma mulher nunca diz tudo, há segredos que ela guarda só pra ela, que não confessa nem para a melhor amiga e é isso que a torna um ser assim tão cheio de mistérios, tão precioso, tão humano e tão excepcional. (Letícia Thompson)